Libertar-se pela educação

cinthiacortegoso@gmail.com

“Só a educação liberta”, palavras de Epicteto que tão naturalmente transcendem tempo e toda a sua transformação. Não há progresso sem aprendizado, não há liberdade sem educação. Como avançar sem ao menos conhecer o solo que se pisa, sem ao menos compreender que o caminho de luz possui também os atributos contidos na educação: respeito, esclarecimento, entendimento, desenvolvimento e prosperidade. A educação, em si, vai muito além de frequentar uma escola – como muitos, infelizmente, pensam – ela é nobre trajetória na vida.

Predicativos percebidos facilmente estão nos comportamentos que já compreenderam a legítima importância e necessidade da educação nos rumos da humanidade, aliás, como sempre foi importante, no entanto não valorizada a contento. Com o avanço dos tempos, mais fica nítido o comportamento das pessoas que os desprezam e tornam-se atrasadas até quando quiserem despertar-se e também o das que já estão despertas para a genialidade que a educação possui, pois para compreendê-la é necessário, antes de tudo, ter sensibilidade e sabedoria.

Sinceramente, compreender a educação é libertar-se de correntes e ainda muito curtas que limitam o comportamento e o entendimento de mundo; é saber ouvir sem desrespeitar, mesmo já ter conquistado a própria opinião; é querer compartilhar conhecimento para que outros possam também usufruí-lo; é compreender a cada alvorada quanto se precisa conhecer, mas com calma e disciplina se chega ao destino. O papel da educação é promover a liberdade que leva ao progresso com amor, pois se assim não for naturalmente não se denominará educação.

E o curso da vida é único, o de seguir adiante, porém ainda há os que insistem em manter-se estacionados. Questão de tempo. Já tanto se falou que as verdades são absolutas.

Também já tanto se falou que a sociedade humana avançará à medida que viver com os valores da educação e com os nobres valores do amor.

E durante os dias que se passam, pequenos meninos e meninas aguardam essa educação neste plano onde todos são responsáveis igualmente, pois enquanto não houver essa consciência de liberdade, a educação não será vivida em sua plenitude como deve ser.

(Cínthia Cortegoso)

Desapego: reflexões sobre seus sinônimos perfeitos

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Uma caixa cheia de objetos – antigos ou atuais – é pesada para carregar a toda hora. E tantos desses objetos nem são lembrados ou, muitas vezes, não se sabe nem por que estão ali. É um peso e espaço ocupado sem utilidade, sem proveito, apenas energia despendida, energia que se poderia transformar em grandes realizações, em verdadeira felicidade.

É assim, também, em nosso interior; inúmeras vezes, colocamos, enchemos, lotamos de sentimentos, pensamentos que não nos deixam bem e, incessantemente, continuamos. Nossos ombros chegam a pender para frente e ainda continuamos e… continuamos.

Na vida, tudo é temporário; a dor não será eterna; a alegria diminuirá para em outro tempo retornar com grande disposição; o amor sempre existirá, basta deixá-lo entrar; a flor será linda, mas, ainda assim, transformará o solo quando cair; as nuvens brancas tornar-se-ão nas chuvas torrenciais; os casulos deixarão de existir para as borboletas voarem pelos campos e nos lembrarem de quão maravilhosa é a liberdade.

Tudo é tão efêmero e por isso não há tempo para apegar-se a nada. Os melhores sentimentos são sem reserva, eles sabem que são infinitos, apenas o nosso ser é que precisa aprender a compreendê-los. Se nada nos pertence – a não ser o que em nós criamos – não há motivo para sofrimento; fluir com o momento é procurar ser feliz. Fluir é sinônimo do sentido mais completo do verbo viver.

O apego nos limita e nos traz a ansiedade que destrói as nossas células que foram criadas para a vida. O apego causa dor, insegurança, tristeza e todo tipo de sentimento contrário à nossa felicidade, enquanto desapegar-se é sinônimo perfeito de sentir-se feliz.

Quanto mais buscamos e queremos, menos tempo nos resta para vivermos e tudo o que é real se afasta para que o ilusório tome conta. Quando o coração está leve, sentimo-nos felizes e os verdadeiros valores são suaves e delicados, não são exigentes, mas disciplinados, são doces e nos fazem bem.

E os pássaros e as flores, há séculos, nos ensinam continuamente que liberdade é também o sinônimo perfeito de desapego.

(Cínthia Cortegoso)

Gratidão: nobre irmã do amor

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Gratidão é sabedoria envolvida em amor, é quando se compreende o amparo recebido e o reconhece como fonte de luz… da luz do Mestre. A gratidão é necessária para alcançar degraus mais seguros, ela é uma linda conquista sem sequer um pingo de orgulho – se assim não for, não é gratidão −, é delicadeza, inteireza e carinho de um coração que entende que em um tempo precisa de amparo para que em outro tempo possa amparar. Gratidão é nobreza, é riqueza da alma.

E quão gratos devemos ser! Gratos, antes de qualquer primeiro motivo, pela vida, por sermos eternos… espíritos criados pelo Criador do Universo. Gratos por tudo o que já temos, por tudo o que conquistaremos – porém algo determinante é agradecer por tudo o que já se tem enquanto se busca o que se deseja.

Gratos pelo ar, terra, sol, água, pelos amores que somos de alguém e os nossos amores, pela amizade, pela natureza, pelo céu que nos cuida, pelos animais e pelas flores, pelos pássaros que voam no céu ensinando-nos a doce liberdade, pelo remédio que acalma a dor do corpo e pela oração que abranda a alma, pela proteção, pelo abraço que ampara o ser fragilizado, pelas boas palavras que o coração ouve quando chora tão amedrontado. Gratos pelas estrelas que sempre trazem o norte para seguirmos.

Tão natural deve ser a gratidão ao coração desprovido de orgulho, pois se este ainda tem raiz dificilmente deixará o coração sentir-se grato. Tão simples: se recebemos um presente devemos agradecer com sorriso e amor. A vida sempre nos encaminhará para ampararmos alguém e recebermos amparo. E, assim, é a gratidão, pois alguém se importou conosco, alguém, várias vezes, salvou a nossa vida. Como não sentir gratidão?

É tão curioso porque muitas pessoas confundem, infelizmente, a gratidão com fraqueza ou incapacidade. Na verdade, apenas um nobre coração poderá senti-la e compreendê-la e manter os olhos brilhosos desse agradecimento. Se somos filhos do Pai e irmãos em Jesus, tão ciente ajudarmo-nos. Basta de orgulho e vaidade que já foram motivos demasiados e centrais de grandes guerras, desequilíbrios e sofrimentos. E enquanto buscamos o que tanto desejamos que em nossos dias esteja sempre a gratidão por tudo o que já temos e somos.

E, hoje de manhã, algumas flores floresceram e o céu está bem azul.

(Cínthia Cortegoso)

Concentrar-se no bom motivo

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Há tantos motivos para ser feliz, então, a primeira regra para a felicidade é não se concentrar no motivo para não ser. Onde se coloca a atenção torna-se importante. Se as flores trazem alegria por que querer olhar as ervas daninhas? Se o horizonte traz esperança por que querer olhar a limitação do chão? Se o rio traz o curso da vida por que querer pensar no deserto?

A concentração no que é bom é um dos segredos revelados para ser feliz. Quando se pensa em como estão os dias, mesmo sendo dias mais difíceis, há sempre um saldo maior de coisas positivas. Quando se pensa em todo o trabalho esplendoroso do corpo físico, em toda a sabedoria da natureza, no dinamismo perfeito do Universo, na magnífica oportunidade de mais uma vez aqui para retornar para lá um pouco melhor, então, não há como não agradecer, é muita bondade divina.

Ninguém disse que não haveria dificuldade, mas se completou com o incontável número de situações que se pode ser feliz. Tudo dependerá de quais motivos tornar-se-ão valiosos, dependerá dos lugares que os olhos desejam olhar e o coração seguir. Há sempre bem mais coisas boas na vida. Há sempre mais amor e bondade, pois o que seria se fosse o contrário. Mesmo em meio a dores e perda, ainda assim, ganha-se mais.

Um dos grandes aprendizados é compreender a energia extraordinária que o sentimento e o pensamento possuem, por isso é necessário redirecioná-los sempre que preciso. Se a concentração for para os bondosos objetivos, quanto se ganha e quanto se é feliz. E se ainda se pode escolher os pensamentos – e essa escolha torna-se exclusivamente individual −, há também mais liberdade e possibilidade para alcançar isso.

E se, em um dos dias, a tristeza tentar querer ser maior do que a alegria, é bom sentir o vento na pele, o ar entrando nos pulmões, a água matando a sede, o sol aquecendo o campo de trigo, as flores embelezando naturalmente a vida, o abraço de um amigo, o sorriso de uma criança, a ternura de um animalzinho, as frutas como alimento, o céu azul e o cinza da chuva, os lindos lugares, os olhos de quem se ama, a oração que chega ao céu e é ouvida, é bom lembrar que o Pai é Deus.

Existem, sim, tantos mais motivos para ser feliz começando por não se concentrar no motivo para não ser.

(Cínthia Cortegoso)

A ética que harmoniza e só faz bem

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Em meio a tempos tão reveladores da verdade de cada pessoa, esperava-se um comportamento mais humano coletivo, porém há muito cego egoísmo ainda. Vemos olhos tão tristes e profundos, semblantes que parecem não conhecer um sorriso, vemos a dor nos olhos alheios e o choro contido. Há acontecimentos maiores proporcionados pelo próprio Universo – aliás, é por meio de provas que se conquista uma graduação − que são inevitáveis, mas é pelo comportamento em momentos assim que se separará o joio do trigo.

Um rei só o será nobre se houver predicativo para isso; um doutor só o será eminente se houver lido centenas de livros e compreendido a seriedade em salvar vidas e um professor só assim o será se, além do conhecimento, houver um sorriso maternal protetor. Não é proveitoso para ninguém se o comportamento, em qualquer contexto, não vier acompanhado de ética que quer dizer, primeiramente, respeito por si, pelo outro, pela vida. Esse atributo moral só poderá ser percebido em pessoas espiritualmente saudáveis em relacionamentos socialmente harmônicos, já explicava o filósofo americano Tom Morris.

Os tempos de hoje estão muito gris simplesmente pela densa energia que nós, humanos, estamos emitindo, ou melhor, poluindo o Planeta. Penso, tantas vezes, por qual motivo ainda queremos ter tanto se usufruiremos pouquíssimo por cento desse tanto perseguido; por que quase não vemos a beleza natural e valorizamos pouco as essências eternas… amor, bondade, honestidade; por que pensamos tão egocentricamente se é tão mais feliz compartilhar uma refeição, dar um abraço e poder falar “nós”.

Não há como estar bem se ao redor, para os outros, bem não está. Ninguém é dono de nada, apenas usufruímos por um momento; donos, realmente, somos apenas do bem que fizemos e do mal que causamos. Somos todos iguais e o que muito fará a diferença é a ética partilhada na vida. Tudo é efêmero, nenhuma posição social se eternizará, mas o comportamento empregado nela definirá o caminho para o espírito seguir. Nunca ninguém recebeu honrarias incontestáveis por ter ferido e destruído demais, também ninguém foi condecorado por tanto mal. A propósito, quando, no íntimo, o infeliz coração se der conta da desumanidade realizada, faltarão esconderijos para tentar se esconder de si. Mas sempre houve reconhecimento ao indivíduo que fez o bem, independente, do tempo histórico, pois a vida, com ética, torna-se tão mais nobre, como deve ser.

No entanto, de fato, a ética só será compreendida por quem tiver mais bondade, mais consciência sobre a vida e, principalmente, discernimento de que o Reino de nosso Senhor não é deste mundo.

E constatamos, cada vez mais, que valores espirituais são eternos e os criados por imaturos humanos são apenas desarmonia, dor e atraso nos dias.

(Cínthia Cortegoso)

O que dizemos a nós mesmos

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O nosso maior inimigo não deve ser o que os outros nos dizem, mas o que dizemos a nós mesmos. Essa voz interior possui uma força transformadora ou destruidora. O outro não sabe de nós e por isso sua opinião não deve ser tão influente. Nós, sim, conhecemos nossas dores, anseios, amores, vitórias, perdas, gostos, alegrias, tristezas, esperanças, sabemos da nossa fé e dos nossos medos. Nós sabemos.

As palavras positivas pensadas não estão isentas de um contexto difícil, no entanto essas palavras podem proporcionar ações semelhantes ainda sem terem sido tão fáceis. Não é quanta dificuldade haverá no percurso, mas, sim, a felicidade pela conquista, a felicidade por ter um sonho, a força para acreditar nele e amor e disciplina para a sua realização. Isso é dar sentido à vida, aguardar os amanheceres e viver mais uma vez a experiência da reencarnação. É sentir o grande amigo bem perto e a enorme responsabilidade, antes de tudo, com o nosso ser.

Tantas vezes os grandes gênios foram enfraquecidos e desacreditados de seus inúmeros estudos científicos inovadores, e, graças a Deus, eles não acreditaram nessas críticas ofensivas e primitivas, mas deram ouvidos à voz interior, esta ligada ao Universo cujo criador é Deus.

Somos eternos e compartilhamos da imensidão, assim seja, e por isso não há motivos para aceitarmos palavras humanas proferidas sem nenhuma consideração. Somos muito importantes para nos apequenarmos diante da incompreensão e mesquinhez alheias. Somos luz para nunca ser apagada. As palavras benfazejas e fecundas são sempre bem-vindas, mas as desarmoniosas e inférteis pois que preencham exclusivamente quem as proferiu. As nossas palavras sempre serão muito decisivas.

O que dizemos a nós pode nos curar, pode nos matar ou ainda pode nos fazer ver e sentir a linda vida que as estrelas já, um pouco, nos contaram.

E, por sermos também um templo sagrado, que faça parte de nós somente o bem em toda a sua versão e sejamos fortes para conquistarmos os nossos sonhos. E que, seja nossa, toda a nossa criação e do outro seja o que ele quiser criar.

(Cínthia Cortegoso)

Sentir a felicidade

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Sabe-se que a felicidade não é nem um pouco interessante para a economia, pois como não mais existirem os ilusórios imprescindíveis produtos milagrosos da alegria desejada? Oh, ingênuos humanos que somos! Nenhum degrau será alcançado se não houver esforço. Nenhum bônus nos será dado se não houver a boa colheita.

Ser feliz requer uma mudança íntima, requer um estado de espírito mais sereno, um distanciamento dos velhos e dificultadores hábitos, requer acalmar para dissipar as febris ansiedades e com sentidos mais sensíveis poder sentir docemente a vida e sentir também os milhares presentes diários. Ser feliz é bem mais simples do que se pensa, é ser humilde e querer reaprender.

Se até agora a dor é mais conhecida, então muita coisa precisa mudar. Felicidade não se compra, mas ilusão se pode encontrar em qualquer lugar. A vida é preciosa demais para não ser reconhecida e a felicidade se inicia a partir desse reconhecimento.

Quando se passa a querer – para algo mudar é necessário vontade antes de tudo – ter uma vida melhor e mais plena, o que mais surte efeito é começar a sentir gratidão e isso é comprovado científico e espiritualmente. E quanto há a agradecer como em todos os momentos e lugares que se possa encontrar algo bom, bonito; a luz pela janela; o sorriso singelo de alguém (também o nosso); a brisa do outono; a felicidade da primavera; o aconchego do inverno e a claridade do verão. Quantos sóis brilham na vida e douram os dias.

Sabemos que não somos seres tão virtuosos, morais e bons; há, sim, os nossos momentos melhores, mas nem por isso estamos fadados à infelicidade, pois podemos vir a ser o bem e a felicidade que desejamos, depende inteiramente de nós já que onde o nosso olho buscar ali estará o que nos interessa e aonde nosso sentimento e nosso pensamento nos levarem também estará o nosso coração.

Não se compra a felicidade, mas se conquista por méritos e é tão possível. O que se pode comprar é apenas quimera.

Pois bem, que nosso sorriso possa nascer quanto antes e se estender por longo tempo.

E que os critérios humanos sejam bem menores do que os divinos.

(Cínthia Cortegoso)

Trocar o “e se” por “que bom que fiz”

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O tempo passa rápido demais. Se pensarmos muito para realizar algo, como em tantas vezes, o tempo passa e surge o pior questionamento: e se? E se eu tivesse amado mais? E se eu tivesse dado mais atenção a quem me pediu? E se eu tivesse tido tempo para o que realmente ficará no coração onde quer que eu esteja? E se eu tivesse mais sorrisos em vez de fechados semblantes? E se eu tivesse sido mais humana no lugar de apresentar-me com suposta perfeição? E se eu tivesse deixado passar pequenos insultos para não perder vários dias em sofrimento? E se eu tivesse visto mais luares e pores do sol e menos notícias tristes causadas por pessoas de pouco amor? E se?

Mas se estamos aqui ainda há tempo para o que não conseguimos por ora. Já se sabe muito bem o que é bom e o que não é, o que faz bem e o que não faz. É tempo, então, de ser mais humano em ação e sentimento, de sorrir com os olhos e acalmar o outro olhar, de ter tempo para ouvir um coração aflito, de doar amor inteiramente por amor, é tempo de fazer tudo muito melhor, de abandonar o que não foi bom e começar um novo bem, de querer ser um alguém melhor e isso é tão possível.

A cada amanhecer, fica tão claro que o velho homem não tem mais lugar, porém o novo é quem deve chegar. Nada de material se levará para o retorno ao lar, no entanto tudo o que foi vivido será levado no coração. Há sempre tempo de aproximar-se da luz das estrelas sem precisar ainda partir. Tornar-se estrela na Terra é conquistar a paz, objetivo tão precioso e necessário para a emancipação. Não dá para protelar a mudança para a futura segunda-feira como tantas vezes, quanto antes ocorrer, a luz já começará a brilhar.

E quando vivermos como mais humanos estaremos sempre prontos: tanto quem parte quanto quem fica. Se quisermos crescer precisamos deixar de lado o comportamento pueril e egoísta e nos renovar com amor, respeito, carinho, alegria, comprometimento com o próximo e naturalmente com a vida.

Assim, com essa nova tomada, o questionamento mudará para a seguinte afirmação: que bom que pude realizar.

E em breve o coração começará a aprender o que é amar.

(Cínthia Cortegoso)

As mãos que trazem paz

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Entre inúmeras ocasiões bastante sensíveis na vida, uma das que toca ao coração é a de mãos pedindo ajuda, pois se as mãos já estão estendidas, enormemente já foi o sofrimento. É como se os últimos suspiros de um coração estivessem ocorrendo porque depois disso se não vier o amparo se converterá em apenas instinto de sobrevivência.

É mais do que o tempo de repartir para ser completo, de amparar simplesmente por amor, de olhar em vez de só ver, de querer perceber quem está no chão com as mãos estendidas, de pensar em “nós” não só em “mim”, de compreender que há o tempo de tudo e que ninguém se perpetuará numa só existência. É mais do que o tempo de querer ver o outro semblante mais aliviado, de querer ver o próximo também mais feliz.

E se somos hoje o lado que mais pode doar que assim seja, pois ontem já precisamos muito e amanhã bem provavelmente mais outras vezes necessitaremos. E quão maravilhoso é o perfume das mãos que trazem paz, é o olhar amoroso que mostra a esperança, quão maravilhoso é o amor doado aos milhares esquecidos… que choram o abandono, os maus-tratos, a discriminação e a falta de vontade para viver. Quão maravilhosa é a vontade de querer ajudar.

Não há uma cota de ajuda. O amparo deveria existir diariamente como se cada um, com condição de amparar, incorporasse esse compromisso de vida. Que perfume maravilhoso se aspergiria, que vento refazedor sopraria, que belas gardênias, tulipas, girassóis, margaridas, gérberas… animariam os jardins mirrados, os jardins que também querem florir.

Os olhos daqueles que nos trazem paz são estrelas nos guiando para o caminho da luz onde também há lindas flores, sorrisos e felicidade.

As mãos daqueles que nos trazem paz são o bálsamo que apazigua as dores restaurando o ser.

As mãos que trazem paz são abençoadas.

(Cínthia Cortegoso)

A vida é infinitamente mais

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Se observarmos as motivações para muitos dos sofrimentos humanos, bem fácil a vergonha nos abarcar, pois normalmente insistimos em dar um sentido limitado a tudo, sentido esse que o ser humano – ainda subdesenvolvido – possui. A vida não cabe em nenhum regimento preestabelecido, também não cabe em pormenores inúteis, caprichos, nem em opiniões superficiais e imaturas, muito menos em nenhum formato humano. A vida é imensurável, cósmica, eterna, infinita. Tudo é infinitamente mais.

Quando nos fechamos nos próprios lamentos, nas dores criadas por nós, na ignorância que insistimos em alimentar, na pequenez doída diante do horizonte, sim, o sofrimento nos abraça e nos limita tanto os passos, o pensamento e a ação, a maneira de sentirmos e o nosso entendimento.

É tempo de expansão, de renovação – tantas vezes já falada −, de deixar morrer o velho homem para fazer nascer o novo. É tempo de mudança porque não há mais sintonia com os velhos atos e pensamentos, com o passado; o caminho agora é o novo, é o presente dando a base para o bom futuro.

O novo tempo exige e demonstra claramente que a sociedade humana precisa fortalecer-se por meio do amor, empatia, respeito, reconstrução e proteção para o Planeta. Menos sofrimento só será resultado de nossa conduta melhorada, não há segredos, e à medida que compreendemos mais sobre a vida também entendemos melhor o nosso papel. 

Tudo é magnanimamente maior; a vida é criação divina, perfeita e completa. As estrelas pulsam como tudo o que existe no Universo. As flores, o ar, os animais, os átomos, as sinapses, tudo é parte da criação, assim como nós. E penso, como podemos ser tão limitados quanto à vida? Fomos criados ignorantes – a resposta me vem −, mas o problema é que demoramos muito a querer crescer.

Quanto menor for o sentido à vida, maior será o nosso sofrimento. A vida é imensurável, infinita, completa e perfeita… é cósmica. Quanto mais quisermos compreendê-la, mais próximos estaremos das estrelas. Quanto mais imersos em nossa pequenez, o abismo nos espera.

E, assim, a nossa alegria dependerá da importância que dermos às grandes ou às pequenas coisas, aos valores imutáveis ou relativos. Se quisermos sorrir mais, busquemos os bons motivos para isso.

(Cínthia Cortegoso)